Olhos de Sangue

  Ao chegar em Friburgo uma semana após a tragédia, me deparei com uma cidade triste, suja e que precisava muito de ajuda.

  O primeiro lugar que fui visitar era um abrigo na cidade de Olaria e ao chegar neste abrigo encontrei uma menininha de olhos azuis manchados de sangue, ela olhava fixamente pra mim, foi quando dei um "oi" meio timidamente e ela sorriu respondendo.

   Logo ao sair dali a imagem dos olhos dessa garotinha não saíram mais de minha mente, ali começava uma semana cheia de trabalho.Parti de Olaria para o Bairro de São Geraldo, chegando na 5° Igreja Batista de Friburgo, logo de imediato começamos a trabalhar. Eram mantimentos chegando na igreja para abastecer a população local.

    Foram dias intensos com bastante coisas a fazer, tinha casas a ser lavadas, tinha cestas básicas a ser preparadas e o mais importante, teríamos que consolar um povo entristecido e cansado pela tragédia.

     Fiquei seis dias sendo voluntário e o mais importante foi aprender com o contexto em minha volta, aqueles olhos que fixaram ao meu logo no primeiro dia na cidade, me deu forças para ajudar naquele local, os olhos de sangue que me deparei era uma gota no mar de sangue que tinha sido derramado naquela cidade por águas vindas do céu.

       Água que se transformou em sangue, e sangue que será lembrado por muito tempo pelas pessoas que foram afetadas nessa catástrofe, ainda temos muito o que fazer como integrantes do Reino de Deus temos por dever estender nossas mãos e continuar levando o Amor de Cristo a todos que precisarem, que possamos ser colírios para todos os "olhos de sangue" que por lá estiver.

       " poucos são os ceifeiros"